O Braguinha, instrumento que atualmente é considerado um dos cordofones tradicionais madeirenses, já teve várias designações na Madeira: braguinha, braga, machete, machete de braga ou cavaquinho. Na prática, todas estas designações referem-se a um mesmo instrumento, embora por vezes possam existir pequenas variantes ao nível da escala ou até mesmo da afinação.
No século XIX, então com a designação de machete, este instrumento ocupou um lugar de destaque nos divertimentos sociais madeirenses e na educação musical, principalmente feminina. Um conjunto importante de músicos madeirenses compôs um largo repertório musical para este instrumento, tendo sobrevivido até aos nossos dias centenas de composições de belo efeito, tais como valsas, quadrilhas, polcas, mazurcas, temas e variações, marchas, etc.
É importante realçar que não foram só os madeirenses a considerar o braguinha um instrumento excecional. Existem vários relatos de turistas do século XIX que descreveram os entretenimentos musicais madeirenses e que fizeram questão de salientar o notável efeito que o machete tinha nas mãos de um bom executante. Foi de tal ordem o sucesso deste instrumento entre a comunidade estrangeira que residiu então no Funchal que, nos guias turísticos da época, era frequente os estrangeiros referirem nomes de professores de machete, o que indicia o enorme interesse pela aprendizagem deste instrumento. A própria Imperatriz Sissi estudou este instrumento musical com um dos nossos maiores músicos da época, Cândido Drumond de Vasconcelos, existindo ainda atualmente fotografias da Imperatriz a tocar machete no Funchal.
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